quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Mentira

A verdade é uma sentença. É uma condenação, uma marca. A verdade é flexível. A verdade muda. Se apaga, se mancha, some ou cresce.Verdade é o que acreditamos, o que nos é informado, o nos é dito. Verdade nada mais é do que nada. Pode se explodir em mil estrelas ou se manter uma só por séculos. A verdade vai além do que se vê, sempre. Ela se limita, se enxuga, se compacta, mas é maior do que se pensa. A verdade é o que se custa para se chegar a nós mesmos, à verdade de cada um. Ninguém é dono dela. A verdade, talvez, nunca chegue a ser verdade. Talvez seja apenas mais uma dúvida vagante, que paira no ar com um grande ponto de interrogação (que nada mais é do que uma exclamação meio torta). E então, quando a dúvida cansa de ser dúvida, ela vira verdade. Vira fato. Imutável. Porém, é incompleta, irreal e elástica, mas ninguém vê. Isso porque poucos questionam, de fato, a verdade. Talvez se perguntem, na calada de sua solitude, o porquê. Muito quietos, mas ao mesmo tempo aflitos, por dentro de suas cascas, querendo saber. Quando alguém questiona a verdade, ela muda. Muda porquê deixou de ser verdade, porquê quis entrar em consenso. A verdade é subjetiva. A verdade está dentro da sua gaveta. A sua verdade não é a verdade do mundo e a verdade do mundo não é sua. E se, mesmo depois disso, todas as verdades do mundo não chegarem a uma conclusão, ela muda de novo: Vira sentimento.
[escrito em agosto de 2005. mudei muito de lá para cá, mas algumas frases ainda fazem completo sentido. é a lerdeza da efemeridade a favor da minha preguiça de escrever coisas recentes.]

Um comentário:

arghlemonster disse...

verdade é q lhe desejo sucesso com seu blog verde, seja lá quem V.sª cutuca.